Mário Nenê/Dionísio Costa / João Luiz Corrêa
Nasci no campo neste rio grande farrapo
Crioulo guapo da velha marca campeira
Taura charrua moldado na lida bruta
E o que me gusta é fandango, truco e carreira
Tudo que tenho de valor é um sirigote
Cordame forte que aguenta firme o tirão
Um bom cavalo e pra doutrinar os ventenas
Um par de chilena apresilhado nos “garrão”
Sou destes tauras batizados no braseiro
Ser peão campeiro é o ofício que carrego
Eu não renego minha xúcra tradição
Não sou de ‘froxá’ o garrão, morro sêco e não me entrego
Regulo o tranco numa pura de alambique
Que nem cacíque saio chacoalhando os “osso”
Só deixo a sala depois que o baile termina
Co’alguma china pendurada no pescoço
Se algum ventena por ciumeira se alvorota
Eu firmo a bota e o bom deus que me defenda
Por gritaria não desaba o meu chapéu
A alma encomendo ao céu e o corpo entrego pras prendas
Vivente forte e destemido.
Um dos povos guaranys pertencentes à nação dos pampeanos.
Espécie de jogo de cartas, entre dois ou quatro parceiros.
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.
Vivente que monta bem e é hábil no serviço de campo.
Andadura lenta dos eguariços.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.