Dionísio Costa/Mário Nenê/ João Luiz Corrêa
Sentindo o basto no couro, no ofício das tropeadas
Meu velho cavalo mouro, a tempo vem nas estradas
Nos atropelos mais feios, com mormaço, chuva ou frio
Me sustentou nos arreios, por muitos anos a fio
Meu parceiro nesta vida, de campereada e de festa
Vou deixar longe da lida, pelo tempo que lhe resta
Ele envelheceu comigo, passando trabalho a eito
Portanto é justo esse amigo, ser tratado com respeito
Hoje vou domar um potro, sangue da mesma tropilha
Tô precisando de outro, que o mouro apartei da encilha
Pois tempo é um sovéu aberto e a velhice bota o pealo
E se alonjura o que é perto, quando envelhece um cavalo
Sou igual as criaturas, que mais a gente quer bem
Pois na vida que se apura, sou passageiro também
Taureio a lida no braço, entre o azul e o capim
E a idade aperta o passo, me carregando pra o fim
Mas o guri que troteia, no seu flete de taquara
Tem o meu sangue nas veias, além das feições na cara
Se este potro que eu encilho, tem do mouro a procedência
No mesmo rastro o meu filho, vai herdar minha vivência
Tipo de arreio.
Apero torcido de couro cru, peludo (não tem ilhapa), que serve para capturar quadrúpedes.
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
menino, garoto (Se usa em outras partes do Brasil)
Cavalo bom e ligeiro, de tiro longo.
Cavalo novo que ainda não levou lombilho.