Mario Nenê / João Luiz Corrêa
De bota e bombacha, sombreiro tapeado,
Lenço colorado e um pala azulego
É assim que me achego pra luz do candeeiro
Num rancho costeiro buscando aconchego
Forrado nos troco e vontade sobrando
Já entro cubando as mais lindas trigueiras
Que vão sarandeando pelo chão batido
Rodando os vestidos na dança campeira
Vou gastando o taco levantando poeira
Dançando a vanera que o gaiteiro puxa
Assim varo a noite na luz do candeeiro
Num baile campeiro á moda gaúcha.
Depois de uma canha eu danço embalado
O peito entonado esvoaçando a crina
A marca termina eu fico na sala
Levando uma fala na “oreia” da china
Se estoura a peleia me atiro pra um canto
Fico que nem ganso tentiando a manobra
Pois quando a brigada carrega os malevas
É mais uma leva de prenda que sobra
A noite é pequena pra quem tem por gosto
Cordeona e retorço cachaça e folia
A lua se guia na quincha da casa
O lampeão se apaga quando nasce o dia
O gaiteiro toca a tal saideira
Eu firmo a peiteira tentiando o namoro
Pra levar pro rancho aquela pinguancha
Que logo se acancha na ancas do mouro
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).
Amparo, encosto, auxílio, proteção
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Espécie de cacete.
Vivente que monta bem e é hábil no serviço de campo.
Soberbo, arrogante.
Contenda, disputa, combate, luta, batalha.
Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.
Cobertura com santa-fé, macega ou folhas de palmeiras.