Entregou a encomenda:
Canha, fumo, “querosena”
E as velas da Tia Maruca...
O vestido pra Manoela,
Uma sanha na cancela
E a saudade na garupa.
Do bolicho do Tio Nico
Se foi mais de légua e pico
Despachando um trote largo,
Na cruzada de outro dia
Com seu galgo Ventania
E a cadência do tostado...
Não faltou nenhum mandado
Nem sobrou nos anotado
Tudo medido e certito...
Com a alma alivianada
E a nica-joga embolsada
Pela paga do piazito!
E o Selmar pelo galpão
Meta canha e violão
Volta e meia um baio bueno,
Fechado a palha de milho
Que entre verso e estribilho
Fumaceia bem sereno!
E na volta da estrada
Traz uma história inventada
Com ares de picardia:
“ – Tu me acredita Manoela
Que no Passo da Pinguela
Rezei quatro Ave-maria?”
“ – Pois é fato sucedido
Que eu vinha desprevenido
Assobiando uma coplita
E me saltou bem na frente
Um misto de fera e gente
Com‘ zoreia’ de mulita”
Fim de mês a estrada é certa
E um mundo de porta aberta
Pra guri, galgo e tostado...
Nem que a coisa fique preta
Quem compra na caderneta
Volta pra pagar o fiado!