"Rodrigo Bauer / João Luiz Corrêa"
Virou linguiça, meu irmão, virou linguiça!
Levou-se à breca a vergonha, se acadelou a justiça!
Virou linguiça, meu irmão, virou linguiça!
O velho fio de bigode hoje é uma barba postiça!
Na minha terra: malandragem, golpe baixo,
O famoso cambalacho, há quem chame de linguiça...
O sal esconde alguma coisa no tempero,
Mas eu sinto aquele cheiro inconfundível de carniça...
Um sete um, o caixa dois, a safadeza,
Lembra o nervo e a impureza que vão dentro da linguiça.
Quem cobra a doma e entrega um flete aporreado,
Faz igual ao deputado que não vota por preguiça...
Quem vende um laço ramalhado e com defeito
Não é melhor que o prefeito que desvia e desperdiça...
Quem fura a fila não é nada diferente
Do político influente que ata a ponta da linguiça!
E o bolicheiro que se escora na balança,
Fala em ética, esperança, em princípios e premissas...
Faz propaganda do que vende olhando, teso,
E com o dedo rouba peso no granel e na hortaliça!
Esse país que é tão gigante, meu parceiro,
Hoje em dia, cabe inteiro numa volta de linguiça!
Tem dois sentidos: impulso brusco ou negócio fraudulento de alarife.
Adestramento.
Cavalo bom e ligeiro, de tiro longo.
Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.