Sou gaúcho da raça campeira onde a força do braço vigora
Fui criado domando em mangueira conto a vida nos dentes da espora
Quando a lida do dia termina lavo as crinas e vou mundo afora
Sob a luz da estrela boieira lá pro povo no más eu me espicho
Sigo o rumo do meu pensamento que espera amarrar um cambicho
Quebro o queixo do meu coração no balcão do primeiro bolicho Bis
(Para ouvir um gaiteiro tocar
Cruzo matas, canhadas e rio
Sinto a alma bailar num espaço
No compasso do velho bugio)
Se algum de toque de gaita me chama dou de rédea no meu pangaré
Me ouriço que nem ganso novo e me atiço pra ver onde é
Sinto as tripas roncarem faceiras e coceira na sola do pé
Se for baile me achego de vez por fandango não sinto fastio
Vou entrando, saudando o gaiteiro negaciando onde está o mulherio
Dou de mão na primeira pingüancha e abro cancha marcando o bugio Bis
Nesta vida de lida e romance china alguma me bota retovo
Quando a barra do dia floresce eu regresso pra domar de novo
Floreando no meu assobio o bugio que ficou lá no povo
Volto a trote pra lida campeira de chapéu tapealito na testa
O perfume da china no pala é recuerdo que ainda me resta
Que me importa voltar sem os trocos pois sou louco por bailes e festas Bis
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.
Grande curral.
Estrela d’alva.
Vila, distrito.
Pequena bodega.
Apero de couro (torcido, trançado ou chato) preso às gambas do freio, que servem para governar os eguariços.
Amparo, encosto, auxílio, proteção
Denominação genérica do Baile Gaúcho.
Guariba, primata sul-americano.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
Andadura moderada dos eguariços.
Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).