Patricio venho chegando
De uma longa jornada
Trazendo a poeira da estrada
Entranhada na melena
Cantarolando a chilena
Num canto de liberdade
Para matar a saudade
Nos braços da minha morena
Esta é a vida de quem vive andando
Que deixa o lar e a mulher querida
Vive no mundo mateando saudade
Que quando volta recomeça a vida
Vive no mundo mateando saudade
Que quando volta recomeça a vida
No aconchego do rancho
Eu chego de madrugada
Nos braços da minha amada
Vou descançar um pouquinho
Ganhando amor e carinho
Da prenda que me adora
E quando rompe a aurora
Não deixa eu matear sozinho
Esta é a vida de quem vive andando
Que deixa o lar e a mulher querida
Vive no mundo mateando saudade
Que quando volta recomeça a vida
Vive no mundo mateando saudade
Que quando volta recomeça a vida
Trocamos beijo e carinho
Na bomba do chimarrão
A cuia senta na mão
No aconchego do lar
Fico escutando cantar
Mateando de manhã cedo
É o sabiá no arvoredo
Que alegra o nosso matear
Esta é a vida de quem vive andando
Que deixa o lar e a mulher querida
Vive no mundo mateando saudade
Que quando volta recomeça a vida
Vive no mundo mateando saudade
Que quando volta recomeça a vida
Patricio este mate amigo
Que eu tomo junto com a china
É uma trança divina
Em tento de luta e couro
Na bomba de prata e ouro
O nosso amor se preserva
No gosto amargo da erva
Vamos cevando o namoro
Esta é a vida de quem vive andando
Que deixa o lar e a mulher querida
Vive no mundo mateando saudade
Que quando volta recomeça a vida
Vive no mundo mateando saudade
Que quando volta recomeça a vida
Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.
Cabaça para chimarrear (ou matear); em guarany caiguá.
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.