(Zé Barbosa/Crioulo dos Pampas)
Dos meios alheios e vagos
Dos tragos tomado' alpedo
Dos vastos pasto' ao deserto
Aberto ao império e medo
Nasceu esta milonga baita
Que a gaita tornou cantiga
E o peito xucro me obriga
Cantar sem guardar segredo
Milonga vai, milonga vem
Leva saudades do pago
E traz notícias do meu bem
Nos baios raios de lua
Flutua a lenda do pago
Na ressonância da estância
Se proseia um mate amargo
E no açoite da noite
Uma canção se debruça
Sob um pinho que soluça
Pra o cantar de um índio vago
Milonga vai, milonga vem...
Das mágoas, águas passadas
Toadas de mil encantos
Na garganta de quem canta
Deixas e queixas ao pranto
No grito dos quero-queros
Mistérios que vem à tona
No compasso da cordeona
A terra que amo e canto
Milonga vai, milonga vem...
No horizonte vermelho
O espelho da querência
Na mente de nossa gente
Nossa história, nossa essência
Da saudade dos que partem
Ardem lembranças de afago
Que logramos com uns tragos
Pra espantar reminiscências
Milonga vai, milonga vem...
Selvagem.
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.