Hoje me parei mais quieto, acalmei as ânsias e apeei da lida,
Fui me recostar à sombra pra pensar um pouco e entender a vida.
Vi que somos feito potros galopando xucros sem saber por quê:
Sempre procurando a calma em busca na alma o que se quer saber.
Todo homem morre um dia, isto eu sempre ouvi na minha mocidade,
Mas nem todo homem vive pra saber que o tempo é a felicidade...
Logo, resolvi, por ora, não pensar nas horas que deixo correr,
Pois quero perceber a vida em cada segundo que pude viver!
Já tenho alguns cabelos brancos e, apesar do tempo, vejo tudo claro:
Há homens explorando irmãos e peões que já nem são donos de seus cavalos;
Há gente que não vê que a terra pede fim às guerras num grito insistente
E outros que recebem glórias por plantar discórdia pelos continentes...
Também entendo que há pessoas que, por serem boas, se param cansadas,
Pois foi-se o tempo em que a bondade era qualidade pra ser preservada;
Há fome rondado famílias enquanto outras mesas parecem mais fartas...
E homens que ergueram seu brando findaram calados na mudez das plantas,
Então, por entender a vida nos poucos momentos que sonho acordado,
Revivo mais intensamente meu próprio presente, revendo o passado;
Guiando pela luz da aurora meus passos de agora pra longe do escuro
Procuro deixar, nas pegadas, a trilha marcada de um novo futuro!
Estafeta que leva algo a outrem.