O vento forte vem trazer recados
Nos alambrados ressonando anseios
Onde mateio a minha saudade
E a longa idade me afrouxa os arreios
O tempo corre ao redor do rancho
Pelos verões me assoleando a vida
Vou revelando meus cabelos brancos
E sigo aos trancos refazendo lidas
(Um dia eu sei vou mudar de rumo
E o rancho velho vai virar tapera
Quem sabe um dia voltarei no vento
Ou nas manhãs de alguma primavera
Um dia eu sei vou mudar de rumo
E o rancho velho vai virar tapera
Quem sabe um dia voltarei no vento
Ou nas manhãs de alguma primavera)
Não tive amores que me dessem frutos
O tempo curto mal dava pras lidas
Vi o piazedo na ilusão dos mates
Só eram sonhos pra enfeitar a vida
Não tive netos prá escutar meus causos
Não fiz pandorgas nem laços de imbira
A noite vira retrechando o tempo
São meus lamentos que a morte não tira
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.