Tu que tens alma de vento abanando um pala
E a terra pela cor do sangue correndo nas veias
Serena o pingo pra ver adiante
E escolhe melhor este rumo que ainda te norteia
Tu que cevas o teu mate com o adeus na bomba
E amargo o gosto que a vida vai te dar depois
Aquenta mais água para as madrugadas
E prova o quanto faz bem um chimarrão a dois
Tu que trazes estrelas e rumos
E campeia um caminho de luz
Aprende que sobre o destino pouca gente sabe
Que a vida vai andar no taco de quem lhe conduz
Tu que alumbas a Lua pelas noite negras
E acende olhos em estrelas qual dois pirilampos
Esbarra o teu pingo em qualquer porteira
E apeia pra ouvir esta história que existe no campo
Tu que gasta as tardes belas remoendo penas
E sonhas com dias melhores e colheita farta
Semeia o acaso em sementes boas
Porque no jogo desta vida não se escolhe carta
Tu que estende caminho em caminhadas largas
E cansas o teu pingo buscando além
Quem sabe descubras mesmo sendo tarde
A força eterna da vida que esta terra tem