(Rogério Villagran/André Teixeira)
Venho de longe e pra onde vou, faltam distâncias,
Por isso estendo meu mouro pampa no corredor...
Poeira e sereno, noites e dias, sons e fragrâncias,
Que me sustentam dono de mim e caminhador...
Quando a madrinha bate o cincerro puxando a frente
As minhas esporas cantam suas coplas junto ao sonido
Que se levanta marcando o passo, fazendo a gente
Viver, por gosto, coisas de um tempo ainda não vivido...
Com a minha tropilha trago "entabladas" tantas saudades,
Deixo pra trás o que não serve pra os meus arreios...
Largos caminhos só me aproximam das minhas vontades,
Pois o que fica não se questiona por que não veio!
De cruzar caminhos me aquerenciei nestas lonjuras,
Tenho um rancho na alma que abriga o que é meu por onde for...
Não vou descansar enquanto o sentido da minha procura,
Mandar na razão de eu ser o que sou... e caminhador!
Deus me acompanha nestas cruzadas mostrando o rumo,
Tenho a minha fé, sigo por ela pois acredito
Que não preciso buscar atalhos pra achar o prumo,
E nem tão pouco sentir receio de andar solito.
Porque a verdade que o coração bota pra fora,
Quando alma adentro pulsa uma gana de ser liberto,
Mostra a certeza que estou chegando e, não indo embora,
E diz aos meus que eu ando longe, mas estou perto.
Mas quando um dia os meus anseios forem potreados,
E eu encontrar pasto e aguada pra o que desejo,
Vou sombrear o riso d’uma morena do meu agrado,
Pra que o mundo saiba que apenas por ela eu serei andejo.
Descampados cobertos de vegetação rasteira onde a vista se estende ao longe; compreende desde a Província da Pampa Austral, ao sul de Buenos Aires (Argentina) até os limites do RGS com o Estado de Stª Catarina (Brasil).
Coletivo de cavalos.
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
Desejo súbito, vontade.