(Rogério Villagran/André Teixeira)
João Facão palmeia o cabo
Dum tramontina três listas,
Que até parece um pincel
Sob o manejo do artista.
Reboleando com destreza,
Num jogo, troca de mão;
E dum jeito debochado,
Arrasta a ponta no chão.
João Facão - gato do mato -
Não pisca e nem erra o pulo,
Tão pouco tenteia a sorte
Com tava feita pra culo.
Mas quando Deus se distrai,
Brinca com as coisas do diabo
E no miolo do rodeio
Escarva igual touro brabo.
João Facão destapa a cara
Tombando o chapéu na nuca,
Pra “inxergá” o mundo na volta
E aonde senta a mutuca.
Pisa “liviano” no chão,
Espera o golpe do outro,
Qual tirasse o corpo fora
Do manotaço dum potro.
Na redondeza é falado,
Tem fama em toda a fronteira,
Por bochinchear nas bailantas
E comércios de carreira.
João Facão boleia a anca
E escora o que vem por cima.
Rebate ferro com ferro
Com maestria na esgrima.
João Facão, quando atropela,
Dita as regras do namoro...
Às deva, é de quina viva.
Às brincas, larga de estouro.
Porém sabe que a coragem,
Por fraqueza, se anuncia,
Se o medo for traiçoeiro
E a força for covardia.
João Facão - história antiga -
Por justiça ou diversão,
Peleava com a própria vida
No fundo de algum rincão.
Viveu no tempo em que o homem,
Sem fibra, não era aceito;
E mais que ser peleador,
Morria pelo respeito.
O osso do jogo-do-osso.
Reunião para cuido, que se faz do gado.
Tem dois sentidos: impulso brusco ou negócio fraudulento de alarife.
Pancada com a mão.