José Gaspar Machado da Silva e Walther Morais
(Part. Especial: Walther Morais)
Domingo de manhãzinha,
Sento o recau no gateado.
De crina e casco aparado,
O mundo é tudo o que eu quero.
Meu pala branco de seda,
Bota negra reluzenta.
E uma bombacha cinzenta,
De tudo que mais venero.
(desta vida a gente leva,
Nos encontro do cavalo.
Pechando e botando pealo,
Coisa que faço me rindo.
Do bagual eu faço um pingo,
Pra um andejar de aragano.
Que não tem dias do ano,
Mais belos do que os domingos.)
Eu boto o pé no estribo,
E o flete campeia a volta.
Já co’o luzeiro d’escolta,
Unido à luz da boieira.
E o brilho da feiticeira,
Se corta no campo afora.
Co’a serenata da espora,
Pra uma canção estradeira.
Pelo caminho se vai,
Ao potreiro dos olhos dela.
Sogueiros de sentinela,
No lombo da sesmaria.
Clareando as barras do dia,
Encilho co’a liberdade.
E cabresteio a saudade,
Pra tironeá judiaria.
A se cantar uma flor,
O sentimento é dobrado.
Troca orelha o meu gateado,
Que inté nem toca no pasto.
E o vocabulário gasto,
Ensaia o que é de dizer.
As coisas do bem querer,
Pra garupa do meu basto.
Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho
excelente, bom, ótimo ou cavalo xucro
Cavalo bom e ligeiro, de tiro longo.
Pequena invernada onde pastam potros, situado nas imediações de uma Fazenda ou Estância.
Até.
Anca.