(Letra: Cassiano Eduardo Pinto/Leduvino Ramos | Música: Alexandre Matheus)
O potro perdeu as mãos
No tranco de chegar cedo
A lida mostra segredos
Quando a coisa fica feia
Às vezes pisa na "oreia"
Outras, cruza do avesso
Cada pealo é um recomeço
Pra quem segue na peleia
Horizonte se apequena
Cai a tava e mostra culo
Quem vem no primeiro pulo
De um jeito cego e teatino
Bem sabe que o destino
Não manda flor pra finado
E no modo desbocado
Não pode perder o tino
Numa doma bem baguala
De mula ou potro velhaco
Um índio enforquilhado
Luta pra educar da boca
Até o susto é coisa pouca
Pra quem é bem traquejado
Tudo segue seu ciclo
A existência pede bolada
Mesmo de alma trucada
No meio da situação
Na rodada de tirão
Levanta o pingo no freio
Abre a perna sem floreio
Saindo de rédea na mão
No apagar da "porvadeira"
Vence sempre o mais forte
Na luta de vida e morte
Se extravia as pataca'
Mesmo no fim da estaca
Todo homem é capaz
De mostrar como se faz
Quando na doma se atraca
Numa doma bem baguala...