(Letra e Música: Iradi Chaves)
Velha mangueira que foi plantada
Num fim de estrada junto ao galpão
Pedra empilhada uma por uma
Com jeito se apruma no seu bordão
Com mãos escravas de habilidade
Sua identidade vem dos jesuítas
Pra costear potros com segurança
Lá nas estâncias da Coxilha Rica
Velha mangueira de tronco de cambará
Tem histórias pra contar no galpão e corredor
Na sua porteira já passaram muitos pealos
Já amargurou muitos tombos, ofício de domador
E nem o tempo tirou da moda
O giro da roda, magia de sua porteira
Apartou terneiros de vários donos
Marcou na paleta pra vida inteira
Por todo o sul já fez história
E suas tronqueiras seguem altivas
Resiste ao tempo com sol e lua
Já foi pousada de tropeiros birivas
Velha mangueira de tronco de cambará...
Velha mangueira de pedra moura
Marca do tempo aqui da serra
Se fez abrigo da cavalhada
Na chuvarada pra um terneiro que berra
Vaca de cria, vaca falhada
Vai no potreiro esta zebua amojada
É no aparte, velha mangueira
Que a tua porteira povoa cada invernada
Velha mangueira de tronco de cambará...