(Olavo Loreto/Paullo Costa)
Uma esperança de campo habita olhos povoeiros
Sem a certeza da volta restam sonhos companheiros
Veio em busca de trabalho, residir num grande centro
Terno e gravata por fora, pilcha e saudade por dentro
No mais, a vida se ajeita e o homem, e o homem se condiciona
Com um mate de garrafa que não viu lenha e cambona
Ou como o gosto do assado que por aqui, que por aqui se define
Numa costela arrodeando junto à luz de uma vitrine
Com diferenças na forma, porém conservando a essência
É que se guarda o respeito e o amor pela querência
Domas, tropas, campereadas não são coisas do passado
Nem somem pelas distâncias como rastros repisados
Por nós mesmos ou por outros o que foi, o que foi feito se entranha
No sentir dos que nascerem, quer na cidade ou campanha
Quer no planalto ou fronteira, beira de rio, beira de rio, serranias
Gauchismo sabe a alma bem mais do que a geografia
No mais, a vida se ajeita e o homem, e o homem se condiciona
Com um mate de garrafa que não viu lenha e cambona
Quer no planalto ou fronteira, beira de rio, beira de rio, serranias
Gauchismo sabe a alma bem mais do que a geografia