Cadê aquele trem...da nossa gente campeira
Que passava nesse pago e nos levava pra fronteira
Cruzava matas e rios, serra, planalto e missões
Carregando o meu rio grande naqueles grandes vagões.
E assim o trem se ía no seu tranquito no más,
Fumegando trilha a fora deixando nuvens pra trás
Apitava forte e grosso despertando os pirilampos
Tal qual um touro berrando na imensidão desses campos.
Que viagem buena de sonhos, carregada de emoção
Onde a saudade acenando ficava em cada estação
Vamos depressa, meu bem que lá vem o trem da linha
Eu ainda lembro bem
Foi no banco desse trem que tu prometeu ser minha.
Dê-lhe fogo seu foguista, faça esse trem bufar
De manhã em uruguaiana e gente tem que chegar.
Com o era bom viajar no saudoso trem de linha
Era um transporte sem luxo, mas de tudo ali se tinha
Jornal, revista, baralho, prosa alegre e mate quente
E o vagão do restaurante servindo bois pra gente.
No coração do rio grande central de santa maria
Quando o trem chegava ali, quanta festa se fazia
Logo após a baldeação já se ouvia do som do sino
Era o trem pronto de novo pra seguir o seu destino.
Eu não sei se foi ganância ou tropeço da ciência
Que colocou em desuso o nosso trem da querência.
Lugar em que se nasce, de origem
Rossiferar.
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.