Matei a sede na vertende das canhadas
Que brotam frias das raízes do capim
Forjando a templa que carrego como marca
Dos que cruzaram por aqui antes de mim
Se sou herdeiro desde chão que nos abriga
Esta canção quero cantar pra ti
Agradecer a sombra amiga deste mato
E a cada amigo que plantei aqui
(O mesmo rio que no divide, mata sede
A mesma terra dividida, mata a fome
Por que razão plantar fronteiras e tapumes
Se os corações são iguais em cada homem)
Que se acendem nessa noite as labaredas
Que nos aqueçam o angico e o tarumã
Das mesma terra brotem outros com mais viço
Para aquecer os pescadores do amanhã