Pelas manhãs, a cerração anda tão baixa
Não se divulga o rancherio do aceguá
Mas, por detrás dessas paredes de fumaça
Existe um sul sobre uma linha que não há
Rosa dos ventos, quando aponta para o gelo
Não dá sinuelo pra quem segue essas estrelas
Se chega só onde as tropilhas de pelo
Atiram a anca contra o vento das geleiras
Gotas de pedras presas nas teias de aranha
Alma de inverno viajando pelos rios
Só tem direito ao braseiro das entranhas
Quem não sucumbe à violência destes frios
E há os que voltam sem achar e são tão tristes
E há os que cismam com o tempo do depois
Mas eu, que vi e que toquei, sei que ele existe
Ainda que, às vezes, eu duvide de nós dois
Ainda que, às vezes, eu duvide de nós dois
Um ou mais animais mansos que servem de guia à tropa.