Quem sabe habite uma vida no espelho em luz de outra vida
Sombra contendo silêncio de colher sonhos dispersos
Que acalmam os passos andantes frente à imagem calada
Sereno, madeira e alma; destino em braços abertos.
Quantas mãos em tempo e rédeas sofrenaram bons cavalos
Pra serem prece e caminho, joelhos ao chão a teus pés
Olhar nublado e respeito, face contendo segredos
Sombreiro em paz contra o peito, do lado em que nasce a fé.
Quem sabe na cruz sem nome, sem nome durma um guerreiro
Que mudou os rumos de tantos provando a lança primeiro.
Quem sabe mais que um espelho a refletir outra vida
Dos que se fazem chegada, caminho, rumo e partida
Que acolhe as preces, destino e braços abertos
Por compreender, entre as sombras, silêncio e sonhos dispersos.
Que um dia foram adeus, esperança e um lenço branco
E o aço esguio de uma lança, fez saudade, espera e pranto
Imagem em tempo calada de um simples altar da raça
Onde descansa, sem nome, quem não voltou em vaidade
No bronze frio de uma praça.
Quem sabe na cruz sem nome, sem nome durma um guerreiro
Que mudou os rumos de tantos provando a lança primeiro.