(Zezinho)
Se me arremango até o joelho
Nos dias que ando por conta
Matungo que mais me agrada
É aquele que ninguém monta
Depois que eu firmá no arreio
Faço ele desbodocar
Pra mim descê aqui de cima
É só se um santo me tirá
O vento sopra por cima
E a espora corta por baixo
E o mango, fazendo volta
Com a borla do barbicacho
Não adianta escondê a cara
Que a anca fica de fora
Depois de eu calçá nos ferro
Faço se aprumá na hora
Quebrando trama e palanque
Credo em cruz, nossa senhora
Levemo tudo por diante
Paremo onde o diabo mora
O vento sopra por cima...
Eu nunca froxei pra cavalo
Que tem cosca nas virilhas
Dexemo os fiapo do arame
Perdi o laço e a presilha
Fiquei com o toco do mango
E a espora, só com a forquilha
Mas ele dobrou o pescoço
Ficou que é um brinco pra encilha
O vento sopra por cima...
Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.