Venho do oco das selvas
Ñende Reta, Tie Kunumí
Carrego a Cruz de Lorena
E a legenda viva e plena
Da república guarani
Quem tem ama há de me ver
Jelva e Caaguazú
Pura cepa missioneira
Transformado em corticeira
Com o suor de Ñangú Mensú
A herança do meu povo
Não se apagou, está aqui
Foi num brujado chamamé
Viveu Jaci Jaterê
E el Cururu Jeroty
No musgo verde da pedra
De Ñandejá Acuruçú
O pai das almas do mundo
Encerrou o elo profundo
De um missal porangatu
Na garupa de um caíque
Pescando Piava e Jundiá
Fico igual Jaguaretê
Rastreando Pilda e Ierê
Que vem do lado de allá
E pensem a Taitaguaçú
Intruso e espanhol
Vendo os caciques taurearem
E os anos pinga-pingarem
Neste relógio de sol
Assim, em noites luzentes
Com gritos de Urutaú
Quando o rio jorra e espuma
A terra índia se perfuma
Se abrindo em Potukurú
Na garupa de um caíque
Pescando Piava e Jundiá
Fico igual Jaguaretê
Rastreando Pilda e Ierê
Que vem do lado de allá
Que vem do lado de allá
Que vem do lado de allá