A sorte a gente acha
E o azar a gente procura
Encilhei uma égua baia
Com as quatro pata escura
Botei uma bombacha branca
E um lenço de seda pura
Fui visitar a namorada
A fia do João Ventura
Saí pachola assobiando
De longe, eu vi minha prenda
Tava linda me esperando
Na jinela da fazenda
Me mandou que eu passasse
E o assunto não vinha
Era um tempo de seca
Há muito que não chovia
Disse ela: - Sai a lua
Que o tempo chove de fato!
Eu disse: - Se não na nova,
Pode chover entre os quarto!
O assunto tava lindo
Mas, nisso, o véio chegou
E eu resolvi vim me embora
E aí que não prestou
Um cusco véio brasino
Desses que chamam o campeiro
Dessas mistura de raça
Mas tem lagarto no meio
Despôs que pega não larga
Obedece nem o dono
Mordeu no garrão da égua
Que me deu um baita tombo
Aquela égua veiaqueando
E me cruzando por cima
Inda ia me mijando
Oigalê! Que triste sina
Eu não queria afrouxar
E o João Ventura não vinha
E a namorada me olhando
Dando adeus pro Mano Lima
A minha bombacha branca
Ficou vermelha de terra
Meu lenço de seda pura
Fedia a mijo de égua
(O cabresto, eu não frouxei
Os arreio, eu não perdi
Mas a fia do Ventura
Eu nunca mais a vi.) Bis
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho
O osso do jogo-do-osso.
Pequeno cachorro (o mesmo que guaipeca).
grande, crescido; (Se usa em outras partes do Brasil)