(Eu já nasci de bigode
Não tiro nem pra lavar
Às vez, eu abro com a chaira
Que é pra desmaçarocar
Eu já nasci de bigode
Igual filho de jundiá.) Bis
Eu já nasci de bigode
Quase não pude mamar
A minha mãe se arranhava
Naquele manduruvá
Se apavorou a parteira
Na hora de me aparar
Veio junto com a criança
Uma cola de tamanduá
O bigode, meu amigo,
Entre tanta serventia
Carrega um pouco do almoço
Pra o fiambre do fim do dia
Abriga a cara no inverno
Quando o minuano nos vem
Esconde um dente cariado
E a falta dele também
É um mato que nos abriga
É um filtro que nos acode
Quando tem mosca no leite
Ela fica no bigode
E se, no frio, tá gripado
Parecendo um chafariz
O bigode ataca tudo
Que desce pelo nariz.
Alimento já pronto para comer, que se leva em viagem.
Vento predominante frio e seco, que sopra do quadrante SW (Alegrete, Uruguaiana, Quaraí, Barra do Quaraí) - donde habitavam os nativos (índios) denominados Minuanos (por essa razão), que se tornaram hábeis campeiros (laçadores e boleadores).