Álvaro Neves e Nilo B. de Brum.
Sei que o meu mate espera
Pelo teu retorno que não sei quando será
Meu rancho é uma tapera
Desde que perdeu a luz desse teu olhar
Se foi remando silente
Pra o outro lado do rio
Deixou perdido no tempo
Meu coração de extravio
De longe segui teu vulto
Na curva que sai do rio
Meu rosto ficou molhado
Por sorte que ninguém viu
Sei que o retorno é quimera
Pois nem prometeste que um dia vais retornar
O rio é um curso sem volta
E as águas que passam, sei que jamais vão voltar
Em sonho sempre te vejo
Voltando do outro lado
Trazendo meu coração
Que o tempo havia extraviado
O cheiro dos teus cabelos
Recende em meu travesseiro
E o amor invade de novo
O meu rancho de costeiro