(Miro Saldanha)
Olhei o mundo, do lombo do ruano,
E achei tão plano pra me segurar.
Quem tudo enxerga só não vê o engano!
Mil horizontes vinham me encontrar.
Tranquei minuanos no rancho tapera
E a primavera não me achou por lá.
Troquei por nada o que já pouco era
E o peão que eu era se mudou pra cá!
REFRÃO
Cortei as canhadas,
Venci as distâncias.
Na poeira da estrada,
Deixei as estâncias;
Na louca jornada
Buscando meu sonho de piá!
Achei outro mundo!
Peões em repontes,
De olhos no fundo,
Debaixo de pontes.
Tornei a buscar horizontes,
Porém já não tenho
Pra onde voltar!
x.x.x.x.x.x
Fiz preces xucras, de cristão teatino,
Ao Deus menino, que me há de escutar;
Pra que não sigam o meu desatino,
Neste destino de ilusão sem par!
Daqui meu sonho volta, ao tranco largo,
Nas poucas horas que posso sonhar;
Juntando frases, num refrão amargo,
Que esta saudade me obriga a cantar!
REFRÃO (Bis)