(Raul Bittencourt/Amilton Brum)
Na varanda da casa grande uma cadeira solitária
Na janela, olhos cansados fitam o horizonte em mortalha
Entre a sombra da soleira um semblante de homem sério
E a mão que palmeia a cuia para as honras de um gaudério
Na retina da vivência faz lembrar um tempo antigo
Na quietude dos ouvidos alguns sons já não sentidos
E o tempo e o horizonte murmuram por não saber
Que só lhes resta saudade do que nunca vai mais ver
Na alma um jeito teatino, o rumo sem direção
Nas rugas riscando a face dorme a poeira do galpão
E os mesmo olhos cansados vão buscar o entardecer
Na espera que a noite negra faça a lua renascer
Na mangueira já tapera, junto ao galpão esquecido
Nas dúvidas galopeadas que buscam alguns sentidos
Que ao contemplar a querência manoteada pelos anos
Ressurgem meras lembranças que o tempo pealou dos planos
Na coxilha solitária sem a paisagem do gado
Na tristeza vai piando um sabiá no alambrado
Como a evocar os sonhos dele plantado' junto à janela
E chora ao ver mudada a imagem refletida nela
Na alma um jeito teatino, o rumo sem direção...