Meu mouro troca pisadas/num escarceio de crinas
Atira baba prá cima/ troca orelhas meio inquieto,
Parece que vai por diante/olfateando um pensamento
Ou então ele e o vento/conversam o mesmo dialeto.
Nem bem eu tinha cruzado/a poretira da invernada
A gadaria espalhada/entre coxilha e varzedo,
Um vento soprou cortando/surgindo assim num repente
Deixando a alma da gente/mesmo emponchada com medo.
REFRÃO:
É sempre pelos agostos
Que este vento se alvorota
Vem destes lados da grota
Cruzando junto à tapera
De bom só traz o aroma
Das flores das laranjeiras
E o assovio das taquareiras
Que de longe reverbera
É barbicacho nos queixos
Prá sustentar o chapéu
Quando resolve em escarcéu
Topar meu poncho cinzento
É grito prá gadaria
Esporas juntando o mouro
E latidos de cachorro
Contra os desmandos do vento.
Sempre é por esta invernada/que o vento se aquerencia
Banha cedo um lindo dia/quando ajeitava a encilha
É só apeiar na porteira/onde a invernada começa
Que este vento logo empeça/a galopear da coxilha.
Não sei se sopra por gosto/ou se sopra por maleva
Se não for taura não leva/o gado pro paradouro
Porque este vento tem ganas/de esparramar os terneiros
Ainda bem que sou campeiro/ tenho a cuscada e meu mouro!!
//refrão
Leves ondulações topográficas no terreno.
Acessório do chapéu.
Pilcha, espécie de capa sem abertura e de gola redonda que abriga do frio.
Subdivisão de uma Fazenda; designa também, departamento de um CTG (Entidade Tradicionalista).
Vivente que se pode recomendar.