No Estilão da Fronteira
Quando Canta Um Galponeiro (2007)
Zezinho e Floreio
(Dionísio Clarindo da Costa/Zezinho)
Um chapéu fazendo sombra
Prum riograndense a cavalo
Chinchado num barbicacho
Desd'a cantiga dos galos
A espora grande tilinta
Sincada ao trote do pingo
Num fim de tarde tranquilo
Que até parece um domingo
O céu no poente rubro
Que mais parece um retrato
Deixando a boca da noite
Que nem lenço maragato
Nos caminhos da fronteira
Qual um guardião em vigília
Vai um guapo pacholento
Duma estampa farroupilha
É o rio grande desenhado
Numa moldura campeira
De uma taura que cruza o pago
Bem no estilão da fronteira
Lá se vai, sobre os arreios
Um ser maior que a divisa
Reverenciando a história
Do chão que o cavalo pisa
Quem olha, talvez nem ligue
Pra um jeitão de domador
Quem é gaúcho, por certo
Vai saudar e dar valor
Segue o rumo do horizonte
Livre de posto e cancela
Mas prisioneiro dos olhos
De uma moça na janela
Como se fosse uma imagem
Ilusória que caminha
Vai se emponchando de estrela
Na noite que se avizinha
É o Rio Grande desenhado...