De Ponta a Ponta
Quando Canta Um Galponeiro (2007)
Zezinho e Floreio
(Léo Ribeiro/Zezinho)
Igual o sopro do vento vagando de cima a baixo
Este jeitão de buenacho, busquei no rio grande antigo
A bombacha de dois pano e o chapelão debochado
É o campeirismo estampado que anda sempre comigo
Tem gente que vive triste tendo mais do que precisa
E eu, de guaiaca lisa, troteando de venda em venda
Mesmo assim, eu ando alegre, meu campeirismo não gasta
Pois ser gaúcho é o que basta pra um nativo das contendas
Neste viver a lo largo, descobri minha vocação
Foi quando botei a mão num teclado de cordeona
Daí por diante, cantei as coisas da minha gente
E aquilo que o peito sente quando, no mais, se apaixona
Canto a fibra do gaúcho, genuíno nos seus costumes
O riograndense resume as glórias que a história conta
Onde também se desponta, além de outros regalos
A gaita, o cusco e o cavalo, parceiros de ponta a ponta
E me acompanha o orgulho de viver sem lombo arqueado
Igual juncal de banhado, rebroto a cada falência
É lindo quem tem tenência, é belo ter galhardia
Feliz de quem teve, um dia, o rio grande por querência