De Rengueá Bugio
Quando Canta Um Galponeiro (2007)
Zezinho e Floreio
(Léo Ribeiro/Zezinho)
Pulei da cama, nem clareava o dia
Manhã bem fria, geadão branqueando
Peão de fé não tarda e não falha
E o colchão de palha ficou me bombeando
Lavei a fuça por obrigação
Fui pro galpão e quase levo um tombo
A pedra lisa e o tamanco largo
Mas um bom camargo me amornou o lombo
"virge" do céu
Que invernia de rengueá bugio
Vamo pra lida pra vê no que dá
Que eu sou do juá e não refugo o frio
Ouvi na rádio, na voz do monarca
Que o tempo marca pra baixo de zero
Já fui tropeiro lá em são joaquim
E um friozinho assim eu nem considero
Trouxe o gadanho lá do pai bitu
Que os tucurus tão tomando conta
Na foice eu faço meu aquecimento
E abro o loteamento e deixo a roça pronta
"virge" do céu...
Com jeito, enfreno o meu redomão
Sento o garrão, dá um suador
E eu passo a tarde neste pega-e-solta
E ainda dou umas volta lá no apanhador
E assim eu cruzo, invernia afora
Mangas de fora, vida bem faceira
Se sobra uns troco, me vou lá pro salto
Aquentar os quarto, dançando rancheira
"virge" do céu...