Dê-le tampa meu parceiro que o meu verso é mal costiado
Boleei a perna no mundo num potro de queixo atado
Levo a pátria nos encontro deste meu mouro entonado
Tondado de cola atada de casco bem aparado
O gaúcho verdadeiro de grito não se apavora
De barulho passageiro de coisas que eu ouço agora
Vou sustentando o rio grande no papagaio da espora
Quiseram mudar o rio grande num canto diferenciado
De um falso modernismo de duro e mal informado
De calça bem apertada renegando o seu estado
Pisoteando nas raízes sacudindo o rebolado
O gaúcho verdadeiro de grito não se apavora
De barulho passageiro de coisas que eu ouço agora
Vou sustentando o rio grande no papagaio da espora
Tão fazendo igual formiga come a foia e deixa o talo
Negando as próprias origens que deus me deu de regalo
O rio grande não te admira e nem vai no teu embalo
Gauchinho de mentira que tem medo de cavalo
O gaúcho verdadeiro de grito não se apavora
De barulho passageiro de coisas que eu ouço agora
Gaúcho que tem tutano briga embaixo da fumaça
E calça o pé na macega teque derita a carcaça
Isso é dor de barriga de urbano desinformado
O Rio Grande moda antiga vai muito bem obrigado
O gaúcho verdadeiro de grito não se apavora
De barulho passageiro de coisas que eu ouço agora
Vou sustentando o rio grande no papagaio da espora
(acorda gaúcho, o rio grande pede atenção,
Volta de novo o som da gaita e do pinho
Porque senão os magrinho, acabam com a tradição)
Cavalo novo que ainda não levou lombilho.
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.