Deu na rádio hoje à tardinha nas notícias do interior
Que na estância cata-vento faleceu um domador
Pois mais tarde o locutor tirou a limpo o sucedido
Quem morreu foi o joão da nóca um ginete conhecido
Era o primeiro galope do mal la crina enredada
O domador vinha chegando pediu por taura a bolada
E ali perto do palanque mais ou menos quatro e meia
O diabo lhe amadrinhava e a morte agarrou na orelha.
Deixou o mundo num bagual que largaram mal de cepo
E vai passar amanhã de tarde de queixo atado no pepo.
Falado:
Alçou a perna num maleva deu um suspiro profundo
E largou um gritito debochado, se despedindo do mundo
Pois mal se afirmou no basto, o pobre do joão da nóca
E o potro saiu cavando meteu as mão numa toca
Trocou de ponta parceiro se ouviu um estalo de osso
E o joão da nóca quietinho tinha quebrado o pescoço
No caixão vai suas espora o mango, um pala franjado
Também um manojo de crina que ele arrancou do aporreado
Agora a radio anuncia a desgraça que assucedeu
Repete de hora em hora que o joão da nóca morreu
Deixou o mundo.....
Falado:
Quem morre na legendária são borja, passa defronte
A antiga casa do pepo, em direção ao campo santo
Grande estabelecimento rural (latifúndio) com uma área de 4.356 hectares (50 quadras de sesmaria ou uma légua) até 13.068 hectares (150 quadras de sesmaria ou três léguas), dividida em Fazendas e estas em invernadas.
Adestrador.
Tipo de andadura de velocidade média (nem rápida e nem ligeira = moderada) dos eguariços.
Vivente que se pode recomendar.
Ocasião.
Esteio grosso e forte, onde se amarram animais.
excelente, bom, ótimo ou cavalo xucro
Pequena tora (preparada ou não), que serve de banco nos galpões-de-fogo.
Malfeitor, desalmado, mau e perverso.
Cavalo novo que ainda não levou lombilho.
Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).
Mal domado.