Rosa de carnes maduras
Na mais lindice de si
Sonho e cama inalcançados
Pelo bolso de trocados
De campeiros e guris
Rosa de riso aferido
Por quilates de anéis
Vagalumeando o apelido
"rosa quinhentos mil réis"
A de poucos escolhidos
Doutores e bacharéis
De nome e plata fornidos
E na cancha dos sentidos
Potranca de coronéis
Seu beijo por um champanhe
Por um perfume francês
Para os lençóis o eleito
Um por noite, cada vez
Champanhe, perfume e macho
Trindade do mesmo cacho
Falsificados os três
Cruzam borrachos na noite
Com seu cadeados de dedos
A encarceirar-lhe segredos
De antepassadas sabenças
Esta enxerida o que pensa?
Quem te viu e quem te vê
Sedas, rendas e purpurina
Mas ainda a mesma china
Nas entranhas de você
A inveja rói-lhe a estampa
E olho grosso a corrói
Alerta, rosa se benze
Contra a lança do despeito
Que sente roçar-lhe o peito
E sem que a fira, lhe dói
Bate o relógio na sala
São horas do coronel
Bate o relógio na sala
São horas do coronel
Seu dia, e rosa se aflita
Ai que com outro lhe apanhe
Quebra-luz, taça e champanhe
Alma de angústias e fel!