Letra: Jorge Nicola Prado (Cigano)
Ele veio de longe,
Tinha louras melenas
Que ondulavam serenas.
Ventos imigrantinos...
E arranchou nas coxilhas,
Irmanado aos minuanos,
Converteu campechanos
Pelos pagos sulinos.
E se fez tão gaúcho, que, na tarca do tempo,
Foi herói do relento. Nova lida ao peão.
Pelas terras vermelhas, cantilena de cascos,
Entre mate e churrasco, olha a verga, pinhão.
Cremos na gente
Que traz no trabalho
A sina do orvalho
E a vida pra o chão.
Cremos na terra
Na ideia-semente,
Lavoura consciente,
No trigo pra o pão.
N'aquarela dos dias
Se pintou o motivo.
E o trigal tão festivo
Já não cobre o rincão.
E, nas vozes do vento,
Há prenúncio de fome.
Se lembrança tem nome,
Olha a verga, pinhão!
Hoje, tanto povoeiro negaceia sustento
Na procura de alento, pela angústia das filas.
"Velho cacho campeiro", volte ao pago que anseia.
Volte à mão que semeia. Seja o hino das vilas.
Apetrecho de marcar contas.
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.
Destino, sorte.
Cidade.
Lugar em que se nasce, de origem