Letra: Léo Ribeiro
Música: Pepeu Gonçalves
Todo gaúcho campeiro
tem como extensão do corpo
uma faca e um sombreiro
(tira- teima e chapéu torto).
Se hay coisa que me faz falta,
para acomodar as crinas,
é um "serrano" copa alta
aba quebrada pra cima.
O chapéu é a identidade
e nos diz quem é o homem,
estampa de liberdade,
vale mais que um sobrenome.
Nesta existência bendita
só retiro o meu chapéu
pr'alguma prenda bonita
e pro Patrão lá do céu.
Se trago o chapéu tapeado
de "beijá" santo em parede
vai ter festa no povoado
onde eu danço e mato a sede
Mas quando minh' aba eu puxo
I' escondo os olhos vermelhos
não mexam co' este gaúcho
pois pode cantar meu relho.
Já tive um chapéu de palha
nos meus tempos de biriba,
levando tropas e tralhas,
campo a fora e serra arriba.
Na vida dei muito murro
e andejei pra todo lado
c'um chapéu pança-de-burro
e um chiripá de riscado
Meu aba-larga fraterno
foi meu rancho e proteção,
nas chuvas frias de inverno
ou mormaços de verão.
Parceiraço das lonjuras,
sabedor dos meus segredos,
quando eu partir pras alturas
tu vai junto entre os meus dedos.
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.
Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.
A maior autoridade de uma Estância, Fazenda ou CTG.
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.