(Gaspar Machado/Airton Pimentel)
Amigo Élvio Munhoz, meu chasque não tem floreio
Eu uso bombacha larga e um chapéu de metro e meio
Botas de garrão de potro, laço, pealo e gineteio
E me sustento, pachola, na serventia do arreio
Por voltas que a vida faz para açoitar um cristão
Ando cortado dos trocos, freio e pelego na mão
Sem um cavalo de lei pra visitar meu rincão
O nosso Caiboaté grande que guardo no coração
A tia Maria me disse que a tua tropilha é de lei
E hoje o Zé Rodrigues Ramos confirmou quando eu pensei
Em te pedir um cavalo nestes versos que criei
Pra cantar em São Gabriel, querência que sempre amei
Entrega pra o tio Adil lá na costa do lajeado
E diz pra Inilde e a Silvinha que eu chegarei afogado
Num borrachão de saudades do tamanho do meu pago
Que a negra Juci me espere com chimarrão bem cevado
Dom Élvio, guarde consigo que um dia arranco do peito
E pago essa obrigação que me deixa satisfeito
O pelo é da tua conta, baio, rosilho eu aceito
Que o velho Moacir Cabral me fez assim por direito
A tia Maria me disse que a tua tropilha é de lei...