(Antônio Augusto Ferreira/Ewerton Ferreira)
Um matiz caboclo pinta o céu de vinho
Pra morar sozinho, todo o pago é pouco
Todo o céu se agita, o horizonte é louco
Num matiz caboclo de perder de vista
Amada, amada
Por viver sozinho, não me apego a nada
O minuano rincha nas estradas rubras
Repontando as nuvens pelo céu arriba
O sol poente arde em sobrelombo à crista
Quando Deus, artista, vem pintar a tarde
Amada, amada
Por viver sozinho, não me apego a nada
Um matiz de chumbo predomina, agora
É chegada a hora de encontrar meu rumo
Alço o olhar lobuno, mais além do poente
Onde vive, ausente, o meu sonhar reiúno
Amada, amada
Por viver sozinho, não me apego a nada