(Sou vento forte guasqueando, numa cruz abandonada
Pegando poeira da estrada na volta de um corredor
Sou campo, grama sou flor brotando na primavera
Sou um palanque do passado sobre um sinal de tapera)
Meu pago me dê licença que eu venho chegando agora
No tilintar das esporas demonstrarei quem eu sou
Por onde sepé cruzou venho seguindo seu rastro
Representando o rio grande com cheiro de terra e pasto
Sou clarão da lua cheia repontando a madrugada
Sou defendo tu agora onde descansa o tropeiro
Tudo fora galponeiro numa tarde de neblina
Meus versos por serem xucros retratam a pampa sulina
Sobretudo o quero-quero numa tarde de garoa
Onde o gado se amontoa sob uma costa de mato
Sou chimango e maragato mistura de duas raças
E não corro pra trincheira nem abaixo de fumaça
Sou lança de 35 peleando sobre a coxilha
Velha cepa farroupilha desse chão enraizada
Tem a marca registrada descascada no relento
São as tradições do rio grande
Cinchando nos quatro tentos
Sou vento forte guasqueando numa cruz abandonada
Pegando poeira da estrada na volta de um corredor
Sou campo, grama sou flor brotando na primavera
Sou um palanque do passado sobre um sinal de tapera
Sou tudo isso que falam e muito mais do imagino
Sou massaroca de crina no cangote dum ventena
Sou o rosetear de chilenas humilde simples sem luxo
Tropeando as reminiscências no velho pampa gaúcho
Esteio grosso e forte, onde se amarram animais.
Lugar em que se nasce, de origem
Descampados cobertos de vegetação rasteira onde a vista se estende ao longe; compreende desde a Província da Pampa Austral, ao sul de Buenos Aires (Argentina) até os limites do RGS com o Estado de Stª Catarina (Brasil).
Ave rapinídea; alcunha dada em 1915, aos Borgistas (usuários do lenço branco com nó comum).
Aficionado tradicionário e político, que ostenta o lenço colorado com o nó quadrado (quatro cantos ou rapadura); esse vocábulo, na origem designava ladrão de moça, de cavalo, de gado, etc.
Seguidor Farrapo.