INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Prevendo o Futuro

Baitaca

CD Campeiro Não Tem Enfeite (2013)

Quando as minhas mãos já não tiverem o mesmo tato
E pra golpear um potro já esteja faltando força no braço
Quando eu levantar uma armada de pialo e me enredar no laço
Certamente o boi irá correr mais e entrar no mato

E quando meus olhos ao longo dos campos não cortar distância
E a juventude que em roubar orgulho não dar-me importância
De cabeça baixa visualizarei o mundo tão cheio de ânsias
Levarei trombadas de saudades do meu tempo de infância

Quando a minha espora não tinir mais num tranco estradeiro
E o canto do galo silenciar ao longe em frias madrugadas
Quando meu chapéu e o bico da bota não juntar geada
O cavalo bom estará ficando muito mais ligeiro

E quando minha adaga num fim de fandango não der um tinido
E o meu grito forte de eira boiada já enrouquecido
Ao redor do fogo lembrarei de tantos recuerdos perdidos
Serei mais um laço velho arrebentado num canto esquecido

Quando meus cabelos branquearem o meu rosto já estará enrugado
Vou sentir receio do chifre do touro que ao tiro e não dobra
O peso dos anos curvará minha estampa que já sem manobra
Longe do entrevero, do grito dos pialos e do berro do gado

E quando minha gaita calar-se pra sempre ao entardecer
O mundo dirá qual o meu destino ao entardecer
O campo, as coxilhas, banhados e estradas não vão mais me ver
Não quero morrer, mas prefiro a morte quando envelhecer

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POTRO

Cavalo novo que ainda não levou lombilho.

TRANCO

Andadura lenta dos eguariços.

BOTA

Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.

FANDANGO

Denominação genérica do Baile Gaúcho.

LAÇO

Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.