(Oacy Lima Rosenhaim "Cachimbo"/Nilo Bairros de Brum)
Meu verso é rio de águas claras correndo para o remanso
É igual a um potro manso de andar garboso e faceiro
Faz tempo que é meu parceiro, pois é meu verso que acalma
As penas de minha alma nas horas de desespero
O meu cantar galponeiro traz a marca da querência
E a prova de uma existência cevado no mate amargo
E quem aceita o encargo de campeiro e cantador
Sabe que é fiador da memória do seu pago
Quem não renega as origens é cerno de corunilha
Plantado numa coxilha, palanque por vocação
Esta xucra devoção expressa através do verso
Participa do universo sem desgarrar do seu chão
O meu cantar galponeiro traz a marca da querência...
Meu verso carrega o timbre do sentimento nativo
Em cada rima é um estribo onde se firma a consciência
E, nessa busca de essência, meu verso é quase sagrado
Porque projeta um legado além da minha existência
O meu cantar galponeiro traz a marca da querência...