(Gracio Pessoa)
Bato as brasas do angico
Do fogo eu vejo o crepito
E o dia se desenhando
Um bom mate eu vou cevando
Começando mais um dia
Lá no topo da coxilha
O sol já vem despontando
Na campanha a lida é bruta
Mas cada dia é uma luta
E cada luta é uma história
Aprende a cada segundo
Que é o melhor lugar do mundo
E quem nasce aqui é uma glória
O quero-quero dá seu alarde de alerta
Também desperta o tajã lá do banhado
A codorninha vem pro orvalho da grama
E a seriema vai costeando o alambrado
Lá no piquete, a tropa miúda de guacho
E, lá no pasto, bois de corte pedem sal
Segue o ritual, o cusco toca as ovelhas
Lá na mangueira, se manoteia um bagual
Lá na campanha eu aprendi essa verdade
Felicidade não se compra com dinheiro
E, assim, me vejo diante de tanta beleza
Tenho certeza, foi Deus que me fez campeiro