(Gildinho/Rico Baschera)
Fiz este xote para todas as querências
Pois este tem a essência da pura cepa campeira
É nesta dança que eu defino meu estado
Lenço branco e colorado se esvoaçando na poeira
É nesta hora que se eleva a tradição
Vem dos fundos de galpão, tal picumã da chaleira
Xote mais grosso do que dedo destroncado
É desse jeito que agrado a moçada a noite inteira
Toco minha gaita, faço verso e também canto
E o meu Rio Grande levanto através desta cantiga
Não adianta a gaita fazer alvoroço
Tem que ser um xote bem grosso e que tenha a marca antiga
Nestes fandangos eu toco e canto o que faço
E as gaitas do Manotaço vão mandando esse recado
Aos presidentes e patrões de CTGs
Para ver a sala encher é só nos fazer o chamado
Eu não desprezo a minha classe de gaiteiros
Pois todos são meus parceiros por onde quer que eu ande
O que eu defendo é minha classe galponeira
Eu não gosto de sonzeira nas gaitas do meu Rio Grande
Neste meu xote simples, modesto e sem luxo
Eu represento o gaúcho por este Brasil inteiro
Luzes acesas, fumaceira e gritaria
Não traz nenhuma alegria para o nosso homem campeiro
Faço um apelo aos novos que vêm crescendo
De sua gaita fazendo instrumento de profissão
Levar a sério pra quando vier um chamado
Mostrar aos outros estados o que é nossa tradição
Sempre tocando a origem dos gaiteiros
Pois foram os pioneiros que nos cederam carona
Tirar da gaita os mais puros sentimentos
E mandar aos quatro ventos o som puro da cordeona