Até por vezes me olvido
De escutar teu talareio
Chorona
Quando a basteira e a carona
Enciumadas de teu canto
Vão rangendo a cada tanto
Quando, ao tranco, estrada afora
Este gaucho se assoma
Chorona, cortedeira de silêncio
Quando a noite negra acampa
E descanço sobre a anca
Um poncho pátria escuro
Que, por potro, se renega
Chorona, mostras o rumo
Num bate-bate de casco
Quebrando a calma das pedra
Companheira do campeiro
Quando a pampa, em luzeiro
Chama outra campereada
Chorona, te vais grudada
Tagarelando pra lida
E a rédea chata amacia
Se me resvala dos dedos
Quando a coscorra do freio
Se aquieta em tua melodia
Chorona, que noite larga e fria
Nesta pampa redomona
Mas vai charlando, chorona
E luzindo junto ao estribo
Dum bronze véio e opaco
Pois, hoje não te descalço
Bamo seguir, tranco largo
Só se apeamo pro amargo
Lá no ranchito do passo
Chorona, cortadeira de silêncio
Quando a noite negra acampa
E descanso sobre a anca
Um poncho pátria escuro
Que, por potro, se renega
Chorona, mostras o rumo
Num bate-bate de casco
Quebrando a calma das pedra
Chorona
Parte inferior e acolchoada do arreio.
Pilcha, espécie de capa sem abertura e de gola redonda que abriga do frio.
Vivente que monta bem e é hábil no serviço de campo.
Apero de couro (torcido, trançado ou chato) preso às gambas do freio, que servem para governar os eguariços.
Descampados cobertos de vegetação rasteira onde a vista se estende ao longe; compreende desde a Província da Pampa Austral, ao sul de Buenos Aires (Argentina) até os limites do RGS com o Estado de Stª Catarina (Brasil).
Andadura lenta dos eguariços.