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Num Chamamé

Quando Canta Um Galponeiro (2007)

Zezinho e Floreio

(Léo Ribeiro/Zezinho)

Se a gaita ronca num chamamé
Parceiro, eu mostro como é que fica
A poeira sobe no santa-fé
E o olhar da china já me palpita
Os pares dançam, campeando espaço
Só pra mostrar que são bons no pé
E o pago canta neste compasso
Se a gaita ronca num chamamé

Mas se a gaita ronca num chamamé
Eu abro o peito num sapucay
Depois dum copo, o que vem eu topo
Eu bato o pé e a casa cai

Morena linda, quero te ver
Daquele jeito que eu gosto tanto
Fazendo juras de me querer
Flor no cabelo e vestido branco
Se, por acaso, me der coragem
No fim do baile vou te dizer
Que vivo livre nestas paragens
Mas largo tudo pra ter você

Mas se a gaita ronca num chamamé...

No mato grosso, terra de guapo
Onde se toma um bom tererê
Até o rio grande, meu chão farrapo
Tudo se alegra num chamamé
As madrugadas têm mais tempero
E estas bailantas têm mais calor
Se nas "artéria" do tocador
Correr o sangue chamamecero

Se a gaita ronca num chamamé...

Fazendo fundo pra um sapucay
Foi que nasceu este chamamé
Brado de guerra dos ancestrais
Que hoje ecoa no amanhecer
E neste embalo de rio sereno
De brisa mansa nos sarandis
E a gauchada, num tranco bueno
Espanta as mágoas que andam por aí

Mas se a gaita ronca num chamamé...


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