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Da Tropa Véia

Quando Canta Um Galponeiro (2007)

Zezinho e Floreio

(Dionísio Clarindo da Costa/Porca Véia/Zezinho)

Nessas noitadas, quando me encontro na farra
O tempo pára entre trago e cantoria
Sou mais um xucro paleteando uma cordeona
Na redomona sina andeja de alegria
Não faço conta de quem repara meu jeito
Tenho defeito, sou gaiteiro e não sou santo
Mesmo que alguém me tenha pouca simpatia
A maioria entende tudo que eu canto

Não mudo meu jeito nem que o céu desabe
Quem me vê, já sabe que eu não tenho luxo
Sou da tropa véia que não tem frescura
Pode ser grossura, mas sou bem gaúcho

Enquanto eu abro a minha gaita fandangueira
A sala inteira se prepara pra bailar
A poeira sobe, não fica ninguém nas mesas
Se hay tristezas, já desocupa o lugar
Em qualquer rancho, sempre sou bem recebido
Não sou exibido, mas só toco em casa cheia
Carrego n'alma o mais puro gauchismo
E o tal modismo nunca me botou maneia

Não mudo meu jeito nem que o céu desabe...

Minh'alma xucra de campeiro e cantador
Tem o valor que o meu povo quiser dar
Se me der vaza, me desmancho em cantoria
Meto alegria, não dou tempo pra chorar
Em cada marca, eu bendigo a minha terra
Fronteira e serra e onde meu xucrismo alcança
Embora o troco seja minguado e perverso
Eu sigo metendo verso nas orelhas de quem dança

Não mudo meu jeito nem que o céu desabe...


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