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Quando Mateio no Galpão

Hora do Mate (2020)

Júlio Cézar Leonardi

Júlio Cézar Leonardi / Juliane Cristina Leonardi

Quando me encontro chimarreando no galpão, tenho a impressão de estar vivendo em outro tempo;
Bombeando os trastes pendurados nas paredes, eu mato a sede na fonte do pensamento;
Bancos de angico, recobertos por pelegos, são aconchego pra quem vem me visitar;
Mala de viagem, um berrante, um tirador, um traçador, já cego, de muito serrar,
Uma gaitinha de oito socos pendurada, empoeirada, junto ao velho violão,
Cachaça pura, em pipas de grápia e carvalho, neste santuário da mais pura tradição.

Quando mateio no calor do meu galpão, meu coração vagueia bem longe daqui,
Por outros mundos, entre sonhos e quimeras, em outra eras, onde nem mesmo vivi;
Quando mateio no calor do meu galpão, meu coração vagueia bem longe daqui,
Por outros mundos, entre sonhos e quimeras, em outra eras, onde nem mesmo vivi.

Vejo os candeeiros que clareavam a velha casa, um ferro à brasa e a chaleira no fogão;
Num velho cêpo, descansando, encravados, o meu machado, a minha foice e o meu facão;
Selas e arreios, ferraduras, boleadeiras, alma campeira de laçada e montaria;
As cartucheiras, as garruchas e espingardas dormem, caladas, relembrando a valentia;
A velha canga, desgastada nas beiradas, das esfoladas no cogote de algum boi;
Velho pilão, arco-de-pua e a balança são as lembranças de um tempo que lá se foi.

Quando mateio no calor do meu galpão, meu coração vagueia, bem longe daqui,
Por outros mundos, entre sonhos e quimeras, em outra eras, onde nem mesmo vivi;

Quando mateio no calor do meu galpão, meu coração vagueia, bem longe daqui,
Por outros mundos, entre sonhos e quimeras, em outra eras, onde nem mesmo vivi.


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