Mariquita
De Alma, Campo e Saudade (2015)
Paullo Costa
(Diego Müller/Leonardo Borges/Paullo Costa)
Mariquita pequenita do Rincão dos Marilã
Traz ante o brilho, em sua pele, o sol claro das manhãs
Que das estrela' és a d'alva, do destino o meu caminho
Motivos pra ir em frente, mesmo quando ando sozinho
Das saudades que eu carrego, a maior leva ou tem teu nome
Ademais, o meu ranchinho, meu galpão, coisas de home'
Se não fosse o compromisso e o bigode que eu sustento
Volteava no más meu pingo, direito ao teu sentimento
Mariquita pequenita, saia de chita amarela
Trejeitos de mulher feita com resquícios de donzela
Meu mate já perdeu o gosto desde a última encilhada
E 'inda é cedo, Mariquita, nem rompeu a madrugada
Mariquita pequenita, penso em ti, lembro das casa'
Bombeando a última chama do espinilho quase em brasa
E recorro, dentro à copa, do meu sombreiro surrado
Um retratito puído que me deste por agrado
Quando eu voltar de tropeada quero te ver na cancela
C'uma flor no fim da trança e a saia de chita amarela
Depois, no fim de semana, de pilcha nova, a preceito
Te levo prum baile bueno lá nas Chácara' Barreto
Mariquita pequenita, se eu te resumo esse verso
Entenderás que és o esteio do que eu fiz por universo
E se a vida tem outro nome, não sei bem, ó, flor bonita
Não erro se eu chamar ela de flor clara, Mariquita
Mariquita pequenita, saia de chita amarela...