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De Quem Mete o Cavalo

De Alma, Campo e Saudade (2015)

Paullo Costa

(Diego Müller/Paullo Costa)

Meto o cavalo, pois não jogo na retranca
Se me dá sopa mostro que a vida é lacaia
Ninguém é santo numa refrega bacuda
Onde os encontro' é o que agrada um rabo de saia

Baio encerado pacholeando na picada
Tenteando o olfato do baile depois das grota'
Sabe que a ânsia é de apertá a filha dos outro'
Num rebuliço de furá o couro das bota'

Miro de longe a sala véia aferventando
No lusque-fusque dos candeeiro' pendurado'
Maneio o pingo no ramadão da figueira
Pra cinchar china grongueira num romance abagualado

Este é meu jeito de conseguir o que eu quero
Pois nunca me desespero prum lote de percantada
Se entro golpeado dou de entono de primeira
Rebolqueando a sambiqueira, deixando as "viria" assada'

Meto o cavalo, pois não jogo na retranca...

Meu par de garfo num dueto com o pandeiro
E a água de cheiro perde pro odor da açucena
Que lindo é o choro, que à maula vai se prestando
No "orvido" classificando as intenções pra morena

Se apaga a d'alva, já sinuelando pra o dia
E a "loca", que judiaria, já me chamando de nego
Munto no pingo com ela pesando à garupa
Na ânsia que só cutuca pra bailar no' meus pelego'

Este é meu jeito de conseguir o que eu quero...

Meto o cavalo, pois não jogo na retranca...


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